Vicky’s list: Os 10 maiores crushes

Eu já sei que o alcance deste post vai beirar o nulo, além de não ter nada de relevante, talvez se existisse uma lista de post mais datados e sem criatividade, seria justamente o substantivo, LISTA que lideraria essa sucessão de tópicos, mas estou eu aqui em uma noite de insônia querendo escrever algo que me faça rir e inebriada por um filme “romântico cabeçudo” que talvez sirva de inspiração para outro texto por aqui qualquer dia.


Escrevi isso aqui originalmente na véspera do Dia dos Namorados para poder postar no fatídico 12 de junho, mas devido a uma grande — não tenho outro termo para usar — cagada da minha parte, acabei perdendo todo o texto e a data passou em branco.


Em resumo, abro aqui a minha tentativa de começar um calendário real de posts para esse malcuidado canto esquecido da internet com uma postagem sobre os meus 10 maiores crushes, xodós, denguinhos, chamegos, sonhos de consumo, e quaisquer outros adjetivos que caibam, da ficção em geral.

10 – Benedick (Muito Barulho por Nada, William Shakespeare)

Muito Barulho por nada é uma comédia que foi encenada pela primeira vez provavelmente em 1598 / 1599. Escrita por William Shakespeare, tem como cenário a cidade de Messina (atualmente Sicília) na Itália. A ação se dá em torno de um casal apaixonado a vesperas de oficializar a sua relação em uma cerimônia: Claudio e Hero. Benedick, o melhor amigo de Claudio — Benedito na tradução em português — também está apaixonado por Beatrice(Beatriz), só que não assume seus sentimentos, Beatrice adivinhem… Também é apaixonada por Benedick e tem a mesma postura que ele, preferindo negligenciar a sua paixão. 


A peça foi transposta para as telas do cinema por algumas vezes, sendo talvez a mais conhecida a versão de 1993, dirigida pelo ator Kenneth Branagh, que também interpreta Benedick, a sua então esposa Emma Thompson encarna Beatrice. Com eles no elenco estão nomes como Keanu Reeves, Denzel Washington e Michael Keaton. Há também outra versão fascinante, de 2012, feita por Joss Whedon (o diretor responsável por Os Vingadores).

Porque é crush


Em primeiro lugar Muito Barulho por Nada é o meu livro favorito de Shakespeare. Sim, eu li todas as suas peças. Meu primeiro contato com a obra do bardo foi quando criança vendo uma versão de Sonhos de Uma Noite de Verão, no genial Rá-Tim-Bum da TV Cultura, e esse coincidentemente acabou sendo o primeiro livro dele que eu li, em uma adaptação da Ana Maria Machado para a Série Reencontro da editora Scipione (crianças dos anos 90 levantem as suas mãos se também se lembram com carinho destes livros).

Esse é um dos meus tesouros, uma edição muito pequenininha do meu livro favorito de Shakespeare, comprado no Globe Theatre em Londres. O teatro teria sido erguido pelo próprio na capital inglesa para que as suas peças fossem encenadas.


Mas vamos a Benedick, porque todo mundo já entendeu que o seu “pai” está na lista dos meus amores literários.

Talvez Benedick seja a representação perfeita de muitos boys pelos quais eu me apaixonei, talvez não, certamente. Aquele cara marrento, que não quer se envolver com ninguém e fica cantando aos quatro ventos a sua solteirice absoluta rindo dos apaixonados por aí. Infelizmente, todos os meus Benedicks da vida real foram os típicos boys lixo e apenas me humilharam. Mas isso não é sessão de terapia, então vamos a outro motivo pelo qual ele está na lista, e esse é Beatrice. Longe de problematizar o papel das mulheres nas peças shakespearianas, afinal o povo esquece que estamos falando de algo escrito há mais de 300 anos, Beatrice é a parceira ideal de Benedick, o relacionamento entre eles é uma dança de sarcasmo e inteligência que faz com que nós queiramos consertar o dito cujo ou ser a melhor amiga dela para ouvir todos os causos do relacionamento. Em resumo, me inspirando em Bono, Benedick é o tipo de problema que eu aproveitaria.

 

9 – Christian Grey (Trilogia 50 tons de cinza, E.L. James)

Um fenômeno inspirado por outro, assim nasceu 50 tons de cinza. Em 2009, a usuária Snowqueens Icedragon começou a publicar no FanFiction.net, uma das maiores plataformas para fanfics na web, uma história baseada no que era então o maior sucesso do mercado literário desde a chegada de Harry Potter, a saga Crepúsculo. Em The Master of Universe, os protagonistas Bella e Edward, em um universo paralelo viravam respectivamente uma estudante de jornalismo e um bilionário excêntrico com gosto peculiar para sexo. Os textos apimentados e cheios de detalhes eróticos começaram a fazer sucesso. Icy, como a autora assinava, passou a se identificar com seu nome verdadeiro E.L. James, e a sua fanfic evoluiu para um e-book no qual os seus protagonistas se tornaram Anastasia Steele e Christian Grey.


Quatro livros, 125 milhões de cópias vendidas depois (sendo mais de 400 mil apenas no Brasil), tradução de seu trabalho para mais de 52 idiomas e 3 filmes (com direito a indicação ao Oscar), com arrecadação de R$569 milhões só para o primeiro deles, James ajudou a colocar o que muitos chamaram de mom porn na boca do povo e redesenhou todo uma nova roupagem para a literatura voltada para as mulheres até então.


Mas vamos a Christian. Christian é um bilionário de 27 anos, extremamente bonito, com negócios voltados a diversos segmentos da indústria. Originalmente nasceu em Detroit, e sua mãe Ella, com uma vida marcada pelo vício em drogas, prostituição e violência acabou por cometer suicídio quando o seu filho tinha apenas 4 anos. Ele acaba por se adotado pelos Grey, médicos que posteriormente adotam mais duas outras crianças. Aos 15 anos, através de um envolvimento com uma das melhores amigas da sua mãe, Elena, acaba conhecendo o mundo do BDSM. Christian tem problemas de relacionamento, não se envolvendo emocionalmente com mulher alguma, uma paixão por uma vida de luxo, carros rápidos e caros, e uma alma filantropa. Por um incidente ele conhece Anastasia Steele, estudante do último ano de jornalismo, que o vai entrevistar no lugar de sua amiga Kate que estava doente, e desse encontro nasce um conturbado relacionamento baseado em sexo, dominação e que afeta o destino de ambos.

Porque é crush

Uma da provas do crime. Meu ingresso para ver a estreia de 50 tons mais escuros em Munique


Não adianta torcer o nariz que eu passei de Shakespeare para pornografia leve escrita para donas de casa cansadas, eu seria muito hipócrita tendo todos os livros, filmes (inclusive vi o segundo na estreia durante a minha viagem em Munique, dublado em alemão), CDs e mais um monte de cacarecos não citar Christian Grey.


Aliás, tem um texto que precisa muito de uma nova visão publicado por mim aqui mesmo há alguns anos falando justamente sobre essa minha atração e que pode ser lido aqui.


Eu sei que Christian Grey está todo errado, eu repensei muito a posição da mulher e de como ela está percebida na obra e que isso é perigoso especialmente para aquelas que não possuem um certo acesso à informação que facilite o discernimento entre amor, abuso e violência… Mas o que eu posso fazer? Ele é um milionário, bom de cama que leva a menina dar um rolê de helicóptero!


Christian Grey é crush porque ele é a roupagem do príncipe encantado da antiguidade adaptada aos dias atuais. Isso é ridículo? Sim, mas se os crushes da vida real já nos fazem ridículas várias vezes, porque não alastrar isso para os da ficção. Sai o cavalo branco, entram Audis e helicópteros. Ele não vai te levar morar no palácio, mas tem uma cobertura em um dos prédios mais caros da cidade. Vem de uma família encantadora, vai encher o seu guarda-roupas e  você ainda nunca  vai reclamar de um sexo baunilha meio sem graça. Como dizer não?

 

8 – Guy / Garoto (Once)


Apenas uma vez — ou Once em inglês — é um filme irlandês lançado em 2007, escrito e dirigido por John Carney. Filmado com cara de documentário, com uma câmera na mão e grandes cenas leves sobre o cotidiano ele conta a história de um músico que toca pelas ruas de Dublin suas próprias composições para arrecadar algum dinheiro, além de trabalhar com o seu pai em uma pequena oficina especializada em reparar aspiradores de pó. Enquanto estava em uma das suas incursões ele conhece uma imigrante de origem tcheca, e surge uma parceria e um relacionamento regado a uma trilha sonora encantadora.

 Glen Hansard e Marketa Irglová.


Com orçamento de apenas 130.000 euros (160.000 dólares), o filme foi um grande sucesso e vencedor de um Oscar com a canção Falling Slowly cantada pelo casal protagonista do filme: Glen Hansard e Marketa Irglová. Após os filmes o casal das telas pulou para a vida real, e além da parceria amorosa, formaram um duo musical o The Swell Season. Mas ambos os relacionamentos, terminaram.


Em 2011 o filme foi adaptado para um musical da Broadway que acabou por vencer 12 prêmios Tony no ano seguinte.

Porque é crush


Um ruivo, irlandês, meio atrapalhado, sensível, que anda de moto e compõe músicas lindas. Pronto, podemos seguir com as análises.

Essa sou eu, esse é o crush em um postêr autografado trazido diretamente da Irlanda que eu ganhei de presente no dia que apresentei meu TCC na faculdade de Jornalismo.


Once me apresentou Glen Hansard que se tornou um dos meus músicos favoritos de todos os tempos, e é exatamente o modo como eu vejo os relacionamentos. Eu sei que é um filme com mais de 10 anos, mas sem spoilers por aqui, apenas recomendo que assistam.


Eu escreveria um livro sobre esse filme e sobre “o cara” — sim, os protagonistas não têm nome no filme são apenas Guy e Girl — e isso é de um lirismo ímpar, eles são entidades na relação e no roteiro, mais do que personagens, são essenciais.

Vejam e se apaixonem.

 

 

7 — Lestat (As crônicas vampirescas, Anne Rice)


Em 1976, a escritora Anne Rice publicou o primeiro volume do que se tornariam As Crônicas Vampirescas, uma série que até o momento conta com 15 títulos, mais de 80 milhões de livros vendidos, duas adaptações para o cinema e um musical na Broadway.


Logo no primeiro e mais conhecido volume Entrevista com o Vampiro somos apresentados a Lestat de Liouncurt. Com cabelos loiros e olhos cinzentos, capazes de absorver nuances de diversas cores a sua volta, Lestat nasceu na França em 1758, em uma família de não muitas posses. Aos 20 anos ele chega a Paris para trabalhar como assistente em um teatro, mas depois acaba se tornando ator profissional e encanta o público, na cidade ele conhece Magnus um vampiro antigo que o transforma. A história de Lestat perpassa por diversos livros, mas os fatos mais relevantes – queria ter espaço para contar tudo – é a sua paixão que o leva a transformar Louis de Pointe du Lac em um vampiro enquanto residia em Nova Orleans. A transformação de uma criança, Claudia em vampira e como se torna um vampiro rockstar a ponto de com a sua música despertar os poderes e a ânsia de Akasha, uma espécie de “mãe” de todos os vampiros, nascida há mais de 6.000 anos.


Lestat é descrito nas obras como bissexual, e segundo a própria autora teve a inspiração para a sua construção no poeta Stan Rice com quem a autora foi casada até o falecimento dele em 2002.

 

Porque é crush


Em primeiro lugar poucas criaturas do sobrenatural mexem tanto com o desejo, imaginário e a sexualidade humana quanto os vampiros. Há diversos estudos que podem ser encontrados aqui mesmo na internet explicando de maneira profundo e embasada porque o mito do sugador de sangue está tão ligado à nossa sexualidade e desejos, isso envolve muitas alegorias, uma mentalidade judaico-cristão, doses de mitologias e discurso sobre a corrupção da imagem feminina virginal.

O Lestat do filme A Rainha dos Condenados interpretado pelo ator Stuart Townsend


Mas trazendo esse discurso mais para carne, ossos e sangue. O que dizer de um vampiro extremamente sexy, que monta uma banda de rock e coloca o seu dom sobrenatural a serviço do ego de rockstar, com uma autoconfiança inabalável, dono de uma mordida arrepiante — em Entrevista com Vampiro, ao ter seu pescoço cravado por Lestat, o vampiro Louis revela que o movimento dos lábios durante o ato “arrepiou todos os cabelos de meu corpo” — e que ainda gasta toda a sua imortalidade se dedicando a leitura? Lestat é sexy, é letal em um atípico anti-herói cheio de falhas e desejos que ainda o fazem humano e nos deixam querendo saber como seria o tal beijo do vampiro a luz do luar.

 

6 — Sherlock Holmes (Sir Arthur Conan Doyle)


Sherlock Holmes certamente não foi o primeiro detetive a se aventurar investigando mistérios nas páginas da ficção, mas certamente é o mais conhecido deles, sendo inclusive listado pelo Guinness Book como o personagem mais retratado da História tendo sendo retratado em filmes, séries e peças de teatro ao longo dos séculos, sempre com o seu poder de dedução brilhante, seu chapéu e certa arrogância.


A primeira aparição do detetive Holmes aconteceu no ano de 1887, na revista Beeton’s Christmas Annual na história Um Estudo em Vermelho que acabou se convertendo no primeiro dos seus mais de 60 contos. O cenário das histórias é em sua maioria a capital inglesa, Londres, na era vitoriana. A maior habilidade do detetive para a resolução dos seus casos são o método científico e a lógica dedutiva, o que acaba por despertar o interesse da polícia britânica que o transforma em uma auxiliar em grandes investigações.


Holmes é um dos casos — como Drácula, ou Frankenstein — que acabaram por ser a criatura que supera o seu criador, raramente se ouve falar que Sherlock foi o personagem criado por Doyle, mas sim que Doyle criou Holmes.

 

Porque é crush


Vamos lá, honestamente o meu crush maior por esse personagem vem da brilhante ideia da BBC de em 2010 dar a Benedict Cumberbatch a tarefa de trazê-lo para os dias atuais na brilhante série Sherlock. Para quem não viu, nesta versão John Watson, companheiro do detetive é um médico que retornou da guerra do Afeganistão com traços de stress pós-traumático, Homes ainda mora no lendário – e fictício – endereço da 221B Baker Street em Londres e atua como um consultor da Polícia Metropolitana da cidade. Se nos livros de Doyle, os casos se destacavam nos jornais, na série Watson mantêm um blog que faz com que Sherlock se torne uma celebridade midiática.


Sherlock é um sociopata altamente produtivo, briguento, intolerante, viciado em drogas, guarda algumas coisas muito interessantes na geladeira, é um homem frio, com alguns sinais que alertam para que talvez esteja dentro do espectro autista. Mas toca violino, é um amigo fiel, usa um sobretudo maravilhoso e tem a voz mais sexy do cinema mundial.


E se existir algo mais sensual do que uma inteligência extraordinária, eu sinceramente desconheço.


Além de tudo isso, assumo que tenho uma baita síndrome de capacho a lá Molly Hooper a patologista que cultiva uma paixão nada correspondida por Sherlock e simplesmente faz tudo e qualquer coisa pelo seu crush.

Eu bati na porta, mas acho que ele estava trabalhando


Mas Benditos a parte, Sherlock é um personagem extremamente fascinante em qualquer versão. O sujo e encrenqueiro bom de briga feito por Robert Downey Jr. O excêntrico de Jonny Lee Miller na série Elementary. Vou ficar devendo falar sobre o de Henry Cavil em Enola Holmes, filme recém lançado na Netflix, porque não deu tempo ainda de assistir.


Ah e um PS amiguinhos: SHERLOCK HOLMES NUNCA EXISTIU NA VIDA REAL.

 

5 — Indiana Jones


Os dois nomes por trás da criação desse personagem com certeza já tiraram uma boa quantidade de dinheiro e também foram os responsáveis por imagens memoráveis na mente especialmente dos que foram crianças e adolescentes nos anos 80 e 90: George Lucas e Steven Spielberg.


A primeira aparição do personagem se deu em 1981 no filme Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida. A inspiração para a sua criação foram os heróis de filmes de espionagem dos anos 30 que fizeram parte do imaginário e da formação dos seus dois idealizadores.


Na história Dr. Henry Walton Jones, Junior, mas que decidiu usar o nome Indiana, ou Indy para os íntimos. Ele é uma pessoa de vida dupla, apesar de aparentemente ser apenas um pacato arqueólogo e professor no fictício Marshall College, ele é um grande aventureiro que viaja o mundo em busca de artefatos históricos, tendo mesmo participado de alguns momentos da História como a Revolução Mexicana em 1916. O seu figurino é um dos mais emblemáticos e indefectíveis de todos os tempos com a sua jaqueta de couro, o seu surrado chapéu fedora marrom e o seu chicote que pode ser considerado como praticamente uma arma letal.


Em 2003, o American Film Institute classificou-o como o segundo maior herói de filme de todos os tempos, a revista Empire o nomeou como o 6.º maior personagem de cinema de todos os tempos, isso apenas para citar alguns traços da importância do personagem na cultura pop do século XX.


Uma das inspirações para a criação do personagem foi o agente James Bond, e um ex-James Bond, o brilhante Sean Connery interpreta o pai de Indiana no terceiro filme da série: Indiana Jones e a Última Cruzada. Além dos filmes, também foi feita uma série de TV registrando a juventude do arqueólogo, nela o papel de Jones foi feito pelo ator River Phoenix.

Porque é crush


Na primeira cena de Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida, o personagem principal aparece ministrando uma aula enquanto diversas alunas suspiram pelo seu professor. Não me perguntem o porquê, eu deveria ter uns 4 anos quando vi esse filme pela primeira vez e já me senti exatamente como elas.


Harrison Ford consegue imprimir um charme canastrão ao personagem que casa perfeitamente com aquele charme dos homens da era de ouro de Hollywood como Burt Lancaster, Marlon Brandon ou Humprey Bogart. Ele é um machão (gente lembrem-se que o filme retrata um cenário de 1936 ainda permeado pela imagem que o cinema passava na época), cheio de inteligência, sagacidade e uma boa dose de falta de noção e sorte para entrar em boas brigas.


E nunca subestimem o charme de uma boa jaqueta de couro e uma barba por fazer.

 

4 — Fox Mulder (Arquivo X)


Em 10 de setembro de 1993, a FOX norte-americana levava ao ar uma série que viria a revolucionar a televisão Arquivo X. Abordando temas como conspirações governamentais, alienígenas e monstros sinistros, durou 9 temporadas originais (até 2002), 2 temporadas especiais (em 2016 e 2018), além de 2 filmes.


Na série, os agentes do FBI Fox Mulder e Dana Scully investigam os Arquivos X, casos não solucionados envolvendo fenômenos não explicados.


(Vou fazer um post inteiro dedicado à minha deusa, musa, rainha, senhora e dona do meu *, senhora Gillian Anderson, mas como hoje falo sobre os crushes, deixo as próximas linhas para falar sobre o senhor Mulder).

Fox William Mulder, nasceu em 13 de outubro de 1961, e com apenas 25 anos se formou bacharel em psicologia pela prestigiosa Universidade de Oxford. Ele se juntou ao FBI em 24 de outubro de 1986, tendo obtido graduação com honras na Academia de Treinamento em Quântico. Nos três primeiros anos no Bureau, conquistou certo renome como analista no departamento de ciências comportamentais traçando perfis psicológicos e criminosos procurados. Assombrado pelos seus próprios fantasmas desde o desaparecimento da sua irmã Samantha quando ele tinha apenas 12 anos, e que acredita ser fruto de uma abdução alienígena, Mulder toma conhecimento doa Arquivos X dos quais se apropria e começa a investigá-los. Isso acaba por lhe render o apelido de Spooky Mulder. Ele age sozinho até 1993, quando Dana Scully, uma cética médica é designada como sua parceira pelos seus superiores, com o intuito de desacreditar as crenças de Mulder e os Arquivos X.

Aliás agradeçam a Mulder e Scully a existência do shipers atualmente. Apesar de a torcida por casais ser algo bastante antigo, foi durante a quarta temporada da série, em 1996 que os fãs torcendo por um romance entre Mulder e Scully começaram a chamar a si mesmos de shippers, uma derivação de relationship (relacionamento, em inglês).


Mulder dificilmente é visto dormindo na sua cama na série, seu apartamento é um reflexo da sua vida com caixas e mais caixas de documentos. Ele tem um raciocínio brilhante e um faro para investigações também.


Mesmo tendo 25 anos, sei que muitos não foram catequizados ainda pela série, por isso encerro a análise aqui sem spoilers (mas eles vão aparecer na explicação do crush, estejam avisados).

Porque é crush


Porque Arquivo X é a minha série favorita da vida toda – eu já a assisti completa por 3 vezes -. Porque eu lembro até o pijama que estava usando para assistir o primeiro beijo de Mulder e Scully. Porque David Duchovny está me fazendo considerar assistir o remake teen tosco de Jovens Bruxas e me fez ver a temerosa série Aquarius, dentre tantos outros pontos.


Fox Mulder fica muito bem na minha cota de crushes estranhos e inteligentes. Tem uma obstinação e uma inteligência ímpar, além de andar na linha da normalidade. Tem um sesnso de humor repleto de sarcasmo – que eu amo – e uma crença nas suas verdades. E sem contar que David Duchovny mexia com os meus hormônios pré-adolescentes e mexe até hoje. Sim, eu tenho um fraco por homens narigudos.


E a essa altura, quem está lendo já deve estar me achando a própria Spooky Vicky com essa lista de crushes que nem de longe passa pela obviedade.

 

 

3 — Aragorn (J.R.R. Tolkien)


Eu tinha rascunhado a minha lista de 10 crushes, mas  quando fui passar para a pesquisa descobri que eram 11 crushes e aí tive que fazer um corte, e seguindo na minha linha de gosto peculiares entre dar o terceiro post a um galã de comédia romântica dos anos 2000 ou um humano que morreu aos 210 anos e se casou com uma elfa, acabei ficando com a segunda opção.


Aragorn é um dos personagens mais marcantes de toda magnífica obra criada pelo escritor J.R.R Tolkien, aliás obra não mitologia. Tolkien utilizando todo o seu conhecimento acadêmico como professor da Universidade de Oxford, onde lecionou língua e literatura anglo-saxônica, além de ter se especializado em literatura medieval, influenciado também pelas lembranças vividas durante o período no qual esteve na Primeira Guerra Mundial criou uma mitologia, que servia como uma espécie de tentativa de criar um passado mitológico para o continente europeu que tem tantas lendas e origens. A Terra-Média de Tolkien tem sua própria geografia, linguística, mitologia, presente, passado, futuro e povos. O sul-africano certamente é o pai da literatura fantástica e da fantasia sem os quais nomes como J.K. Rowling jamais existiriam.


Mas, voltemos ao crush.


Com apenas 2 anos, Aragorn perdeu o pai que havia saído para combater orcs, ele era capitão dos Dúnedain (explicar o que eles eram é algo complexo, mas na essência eram um povo poderoso), sua mãe temendo a sua segurança pediu que ele fosse criado em Valfenda por Elrond, e que a sua linhagem fosse escondida. Só aos 20 anos a sua identidade foi revelada e foi nesse momento que ele também se apaixonou por Arwen Undómiel, filha de Elrond, também membro poderosíssimo da raça élfica. Aragorn e Gandalf já possuíam um envolvimento de longa data, quando o mago começa a suspeitar sobre a volta do Anel e da ameaça de Sauron, e assim ele acaba por se envolver nos acontecimentos narrados na trilogia de O Senhor dos Anéis.


No dia 1 de maio de 3019 da Terceira Era, Aragorn é coroado Rei dos Reinos de Arnor e Gondor por Gandalf e no dia 8 de junho do mesmo ano, casa-se com Arwen. Depois de muitos anos lutando contra os povos remanescentes na sua devoção as forças de Sauron, ele passa o cetro para o seu filho Eldarion e morre. Arwen, que escolheu ser mortal por Aragorn, vai para Lórien, onde encontra o seu túmulo.

 

Porque é crush


Senhor dos Anéis é meu livro favorito, Aragorn é o meu personagem favorito, então aí está bem óbvio.


Mas qual é o porquê de ele ser o meu favorito?


Aragorn é um personagem totalmente influenciado pelos círculos das lendas arturianas, sim aquelas do Rei Arthur, Lancelotti, a espada na pedra e todas essas coisas que muitos já ouviram. E eu uma pobre e inocente donzela apaixonada por todas essas fantasias medievais — tá eu sei que é tudo mentira, que na real era apenas um lugar fedido, escuro, oprimido e no qual ser mulher não servia de nada — sou fascinada por tantas coisas que envolvem esse mundo, aliás toda a História.


Aragorn é o arquétipo perfeito do cavaleiro medieval: bravo, corajoso, cheio de habilidades na batalha, um censo de nobreza e ainda tem aquela donzela para batalhar por e querer voltar.


E temos Viggo Mortensen com aquele charme sujo perfeito para o papel nos filmes. Porque quem gosta de coxinha é vitrine de padaria.

 

 

2 — Jareth (Labirinto – A Magia do tempo)


Labirinto – A Magia do tempo foi um filme lançado em 1986 na onda das fantasias que faziam a cabeça das crianças dos anos 80 como A História Sem Fim e A Lenda. Com roteiro que contou com a participação de Terry Jones (ex-integrante do Monty Python) e produzido por George Lucas, o filme tinha ainda o brilhantismo de Jim Henson, apenas o criador dos lendários Muppets.


No filme Sarah Williams é uma adolescente entusiasta de peças teatrais e histórias de fantasia. Em uma noite ela terá que cuidar de seu meio-irmão, Toby, pelo qual não aparenta ter muito afeto. Uma tempestade que está começando a se formar assusta o pequeno Toby, irritada, Sarah recita um dos trechos de um dos livros que estava lendo pedindo que o rei dos goblins levem o seu irmão embora. E esse pedido acaba sendo atendido por Jareth, o rei dos duendes que entra pela janela em forma de coruja e decide levar o bebê para o seu palácio.


Arrependida, Sarah implora por clemência, Jareth então dá uma missão a garota: cruzar o labirinto que separa o seu castelo do mundo exterior em 13 horas para resgatar Toby, ou ele acabara sendo transformado em definitivo em um goblin.


Jareth, o rei dos goblins, foi interpretado por ninguém mais ninguém menos do que David Bowie. Michael Jackson e Sting haviam sido especulados para o papel também, mas foram ultrapassados por Bowie que acabou talvez interpretando o seu papel mais conhecido no cinema, além de contribuir com 5 músicas para a trilha do filme.

Na época, O Labirinto, não foi o sucesso de bilheteria que se esperava, sendo alçado ao status de filme cult anos depois.

 

Porque é crush


Vocês leram que é o Bowie né? Mas vamos falar sério sobre isso.


Sempre me senti um pouco culpada e envergonhada por cultivar um verdadeiro fascínio por Jareth desde os meus sei lá, 4 anos, que deve ter sido a época na qual assisti ao filme pela primeira vez, até vasculhar na internet e descobrir que o meu amado e idolatrado rei dos duendes com os olhos desguiais era o responsável pelo despertar sexual e pela luxúria em boa parte de toda uma geração de donzelas dos anos 80.


O filme pode ter até sido um floop de bilheteria, e promovido a cult apenas depois que aquelas crianças cresceram e deram a ele seu verdadeiro valor, mas o sexy appeal de Jareth é inegável. Não façamos nenhuma análise profunda e chata à lá problematização e textão do Facebook com o fato de que na essência é uma criatura na casa dos seus mais de 30 anos tentando seduzir uma adolescente de 13 anos, após ter sequestrado seu irmão… Era para ser a essência do mal, colocar medo, mas no final a única coisa que ele conseguiu foi soterrar a imagem de muitos príncipes encantados nas cabecinhas por aí.


O figurino — as infames e famigeradas calças — a dança com os goblins, a impaciência, o domínio… Jareth exercia uma força e um fascínio por entre a tela que era praticamente um Christian Grey para crianças!!! Sarah, frágil e ao mesmo tempo forte, tem uma missão, que para muitas teria como o maior obstáculo ter que resistir ao charme do seu antagonista. Furtivo, dominador, mas ao final ele apenas pede que ela, a sua doce princesa, se renda aos seus encantos


Bem, eu tenho uma tatuagem em homenagem a Jareth nas minhas costas.

 

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1 — Christian (Moulin Rouge: Amor em Vermelho)


O musical é considerado por muitos como último gênero do cinema, tendo surgido logo após a transição do filme mudo para o falado, o seu momento de esplendor se deu na chamada Era de Ouro em Hollywood — quando os grandes musicais como Nasce uma Estrela e Cantando na Chuva foram produzidos —, após essa fase, principalmente com a chegada dos anos 80 o gênero acabou por ser levado ao ostracismo, porém não podendo ser decretado como extinto.


Nos anos 1990, o gênero havia entrado em uma crise ainda mais profunda com a invasão dos videoclipes, até que entrou em cena Baz Luhrmann, cineasta que debutava com Vem Dançar Comigo, musical que colaborou para colocar o novo cinema australiano em evidência em Hollywood e no mundo fazendo coro ao também sucesso regado a grandes hits do Abba de Priscilla: a rainha do deserto, filme de 1994.

Leonardo DiCaprio como Romeu até podeira ter entrado na lista né?


O sucesso da produção rendeu credenciais para que o diretor realizasse Romeu + Julieta, a mais moderna adaptação da peça de Shakespeare. Paralelamente, os musicais foram rareando, com Evita sendo talvez a maior produção do gênero à época. Foi preciso que o século XX terminasse para Luhrmann liderar isoladamente uma verdadeira revolução com Moulin Rouge.


O filme conta a história de Christian um jovem que deseja se tornar escritor, tendo uma especial paixão e dom para poesia, ele enfrenta o seu pai e parte em direção a efervescente Paris do começo do final do século XIX e se muda para o boêmio bairro de Montmatre, onde está localizado o Moulin Rouge lendário cabaré da noite da cidade. Logo ele conhece uma trupe de boêmios e se junta a eles para compor uma peça, que o grupo deseja apresentar na casa de shows. Tolouse-Lautrec (uma paródia do famoso pintor) convence Christian a apresentar o roteiro a Satine a mais esplêndida cortesã do Moulin Rouge para que ela leve a produção ao palco do lugar, mas os dois acabam se apaixonando. Porém, o amor dos dois não pode ser vivido já que Satine e seu destino estão ligados ao Moulin Rouge.


A trilha sonora do filme é um show à parte, uma colagem de clássicos do pop e rock, misturados com eletrônica. Roxanne do The Police vira um tango, Smells Like a Teen Spirit do Nirvana, é inserido em uma cena de can-can. Ewan McGregor, já havia cantado em filmes anteriores, mas surpreende em Your Song de Elton John. O filme foi premiado com o Globo de Ouro de Melhor Filme de Comédia ou Musical, melhor trilha sonora e Nicole Kidman venceu como melhor atriz. Além disso, foi o primeiro musical depois de 23 anos a ser indicado ao prêmio de melhor filme no Oscar.

Porque é crush


Se alguém da minha vida off-line estiver lendo isso agora, está com aquele meme de “e choca um total de zero pessoas” brilhando na testa.


Gente, é o Ewan McGregor, com aqueles olhos azuis cantando, cantando e cantando. E canta Bowie e U2, nada mais… Se bem que a paixão mesmo é quando ele faz a melhor versão de Your Song, clássico de Elton John, já ouvida.


É engraçado que talvez o crush número 1 é o que eu tenha menos a falar sobre, porque simplesmente é isso, a gente explica as paixonites da vida? Não. Mas pensando, Ewan, ops Christian, é o sonho de consumo. Ele canta. Ele escreve. Ele é completamente apaixonado. E ele acredita acima de qualquer outra coisa no amor. Eu sou pisciana, doida os horóscopos então é um homem desses que quero na minha vida.

Eu já disse que ele está de barba né? Crush absoluto!!!!!!
Eu indo buscar o crush meio descabelada em 2014. O meu amor pelo filme é tão grande que eu escolhi ficar hospedada a poucas quadras do Moulin Rouge na minha primeira viagem a Paris.


Como se não desse para perceber até o momento eu sou aficionada por músicas e consequentemente por musicais, e assim que soube da produção de Moulin Rouge eu já fiquei enlouquecida. Sabia do talento de Bhaz Lhurman como diretor do gênero, tinha visto Ewan cantando em Velvet Goldmine e só queria ver logo esse filme. Aí soma o fato de o Bono produzir uma faixa e ter Bowie cantando a música de abertura da trilha. O que mais?